Entrevista com Miguel Baudizzone - Design e poética

Arquiteto considerado por muitos como eclético, os trabalhos de Baudizzone sempre respondem a diferentes concepções. Isso resulta de um processo de design muito particular, que ele vem construindo e refinando com tempo e experiência.

O ponto de partida no seu processo é sempre uma ideia, um conceito.

Baudizzone persegue – assim por dizer - uma perspectiva conceitual que envolva os projetos, que os prefigure e dê a eles uma fundação capaz de potencializar todas as suas possibilidades.

Um impulso que, segundo ele, excede em muito as alternativas do clássico “partido”.

Misteriosa e imprevisível como qualquer produto da mente, a primeira coisa que aparece no processo de sua busca é uma espécie de imagem prévia borrada. Um “conjunto borrado e abrangente de soluções”. Uma “imagem global” à qual ele qualifica como “síntese”. Um verdadeiro paradoxo - nos diz -, já que, na realidade, a síntese costuma ser o resultado final de um processo, e não seu início.

De qualquer modo, a partir desta síntese inicial vêm seus edifícios.

Ao longo desta entrevista, Baudizzone nos mostra, através da análise de suas obras mais complexas, como ele chega a esse ponto, a esse lugar. E como cria a partir daí.

Enfrentando cada novo projeto em um estado de total abertura para a surpresa, liberto das amarras do hábito, do peso da experiência, da segurança das obras construídas e aberto à intuição – considerada “como um exercício particular da memória” -, para lançar-se, com paixão sempre primeva, ao encontro do novo.

Em suma, o pensamento fascinante de um de um criador que seguramente impactará a mente de arquitetos e estudantes, ávida por conhecimento.